quarta-feira, 17 de julho de 2019

Os deveres do homem para com a humanidade



Por Aldo Paula

Introdução

“Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.
Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento.”
Gênesis 1, versículo 27, 28 e 29

Os deveres do homem para com a humanidade são perpetuar a espécie, não só no âmbito reprodutivo, pois isso seria pífio, mas na conservação do meio ambiente com a centelha, mesmo que discreta, de moral e bons costumes que cada ser humano possui. No cuidar um do outro e dos outros e de todas as formas de vida, assim como menciona a Bíblia não como um dogma, mas de forma simbólica.
É sabido que não é possível que exista somente uma espécie na Terra, além de toda fauna, isso seria o fim da humanidade. Abalaria todo o ecossistema terrestre, faltariam alimentos, roupas, matérias primas para remédios, materiais básicos. Ficaríamos desnutridos, geraria discórdia, doenças, guerra, nossos instintos mais primitivos viriam à tona e aos poucos iríamos definhando a nosso extermínio total.
Desde os primórdios da Terra muitas espécies surgiram evoluíram e foram extintas diante de tantas transformações sofridas em nosso planeta. Desde o surgimento do homo sapiens, há cerca de 190 mil anos, já passamos por várias modificações. Fomos evoluindo, e por fim recebemos a maior benção que nos difere dos primatas: nosso lobo frontal que nos privilegia com o raciocínio lógico, e é responsável pelo planejamento de ações, pelo pensamento abstrato e nos dá a sabedoria. É o nosso berço da ética que nos insere a cuidar uns dos outros assim como de outras espécies e do mundo em que vivemos, são mais de 100 milhões de espécies de animais e 400 mil espécies de vegetais no planeta. Estes números se referem à espécies conhecidas, pois existem milhares que ainda não foram descobertas.

 A parte do cérebro que fica logo abaixo da testa, tem um papel importante em nossa capacidade de sentir emoções, são esses sentimentos que nos obrigam a repensar atitudes, mudar e evoluir” diz Dilan Evans, neurologista da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e autor de Emotios-The Science of Sentiments. (“Emoções – A ciência dos sentimentos”)
Evoluímos com o decorrer dos anos, e descobrimos remédios, tratamentos, alimentos (e formas de produzirmos mais alimentos de maneira sustentável) e aumentamos nossa expectativa de vida cada vez mais. Fazemos política para evitar guerras e lutamos para tentarmos viver em uma sociedade mais justa. Descobrimos tecnologias que nos levam ao espaço, e nos fazem descobrir sempre algo novo.
Precisamos cuidar uns dos outros, mas nem tudo é tão justo e perfeito assim. Em um planeta com uma estimativa de 7,53 bilhões de habitantes (2017) existem muitas divergências de culturas, raças, cores, credos, ricos e pobres etc. Dificilmente o cuidado e a tratativa será distribuída de forma equilibrada. Porém, ainda assim o ser humano tem a consciência de se adaptar e ajudar um ao outro mesmo que de forma precária. Um exemplo disso são os africanos que criaram um termo interessante, “ubuntu”. Que quer dizer algo como: “uma pessoa é uma pessoa através (por meio) de outras pessoas".
Em 1797, Thomas Malthus, um economista inglês, desenvolve a teoria de que a população mundial iria crescer tanto que seria impossível produzir alimentos suficientes para o grande número de pessoas no planeta. Para ele, a produção de alimentos cresceria de forma aritmética enquanto o crescimento populacional cresceria de forma alarmante. Então propôs uma política de controle de natalidade que somente a partir da segunda metade do século XX, principalmente na década de 60 foi chamada de “Teoria Neomalthusiana”. Essa teoria atenta-se para o crescimento populacional de países subdesenvolvidos, para onde foram propostas políticas efetivas de controle de natalidade, que foram denominadas de “planejamento familiar”. Até mesmo as instituições financeiras como Banco Mundial e FMI tem exigido o cumprimento de políticas de controle de natalidade. (FREITAS)
Embora a produção de parte do que deveria ser usado para alimentação esteja sendo modificada para ser usada como base na produção de biocombustíveis, como o milho e a soja por exemplo, não requer grandes preocupações, uma vez que a quantidade de tecnologias agrícolas disponíveis no mercado sendo usada de forma planejada pode até quadruplicar a produção de alimentos, isso sem abrir novas áreas cultiváveis. Além disso, muitos institutos de pesquisa começaram a buscar formas de produzir alimentos sem a necessidade dos habituais processos (culturas de animais ou vegetais). Uma das alternativas que vem se destacando nos últimos anos é a criação de alimentos sintéticos, ou seja, produzidos dentro de laboratórios e dispensando os mecanismos naturais. Apenas para constar atualmente foram pesquisados mais de 3 mil vegetais em todo o mundo e foram identificados 11 que têm estruturas e nutrientes capazes de substituir o ovo, inclusive no sabor afirma Joshua Klein, cientista da Hampton Creek (HAMANN).

A ciência tem uma projeção do homem do futuro, a seleção natural e inovações tecnológicas são os fatores que vão determinar a mudança dos seres humanos nos próximos milhares de anos.
 
Estima-se que em 1 milhão de anos o cérebro será aproximadamente 3 vezes maior e com comunicação wi-fi, a cabeça deve ser maior também, embora hoje já seja consideravelmente grande para passar no canal vaginal. Sem a necessidade de uma visão bem apurada para nos defendermos de predadores ou caçar, problemas de visão como miopia serão comum. Com tantos alimentos processados e pastosos, os dentes deverão ser menores e em menor quantidade (atualmente algumas pessoas não nascem mais com os sisos) os braços e os dedos serão mais longos e finos devido a redução de esforços e trabalhos mais tecnológicos, as maquinas farão os trabalhos mais pesados, seremos mais obesos mas os hábitos alimentares moldarão nosso sistema digestivo. Uma das mudanças mais significativas será no intestino, que ficará mais curto absorvendo menos açúcar e gordura assim o metabolismo ficará mais rápido seremos mais altos e magros mas isso só aconteceria milhares de anos após os humanos serem obesos (QUINTANILHA).

Conclusão

De nada adiantaria criarmos uma expectativa para o futuro se não fosse esse inconsciente coletivo do “cuidar” que está incrustado no ser humano, que nos fez evoluir e chegarmos onde estamos e nos permite continuar evoluindo.
Depois de algumas noites pensando em um ponto de partida para iniciar essa dissertação, já tinha em mente uma forma quase que inconsciente de que “Os deveres do homem para com a humanidade seriam perpetuar a espécie” mas ainda não sabia por onde começar. Resolvi então ter apenas como referência inicial a Bíblia e após isso lendo os mais diversos sites e literaturas desde ciência, história, medicina, geografia até religião e doutrina da fé. Embora esses dois últimos tenha decidido não escrever sobre, em respeito aos demais irmãos com suas diversas crenças, e também porque em alguns pontos diverge do que penso, posso usar como metáfora que realmente o ser humano é a imagem e semelhança do Grande Arquiteto do Universo, nas suas mais diversas representações. Nenhum outro ser no mundo teria essa capacidade de tutelar nossa casa, o planeta Terra, e de certo modo até colocar-se no papel de tal com sua ciência fazendo vidas in vitro e criando membros através de clonagens, entre outras coisas.
Embora Lao Tse, antigo filosofo chinês fundador do taoismo, faça uma observação interessante: “A imagem que você possa conceber do Criador não é a sua verdadeira realidade. Qualquer nome ou forma que você lhe atribuir certamente não indicará seu verdadeiro nome ou forma” ele acredita que qualquer ideia, imagem ou modelo que se conceba do criador está errada, sendo assim nem mesmo um nome pode ser dado pois nomeá-lo significaria rotulá-lo e limitá-lo a conceitos humanos primitivos e sua verdadeira compreensão ocorrerá somente com a iluminação individual e tem que ser conquistado individualmente.
Certa vez assistindo a uma palestra do saudoso Ariano Suassuna, escritor e poeta membro da Academia de Letras, onde em certo momento tira um pregador de roupas da mochila e diz algo como: “Por mais que a gente treine ou ensine, jamais um macaco teria a capacidade de criar uma coisa dessas”. Sim, é fato, pessoalmente concordo com seu ponto de vista somos superiores as demais espécies e devemos agir como tal preservando nosso passado, trabalhando o hoje para garantirmos o amanhã, colaborando e auxiliando para o desenvolvimento social e intelectual de cada indivíduo, preparando-o da melhor forma para sociedade, lutando contra os inimigos da humanidade como os hipócritas, que enganam; os pérfidos, que a defraudam; os fanáticos, que a oprimem; os ambiciosos, que a usurpam e os corruptos e sem princípios que abusam da confiança do povo.
Estudamos e solucionamos problemas e desenvolvemos mais sinapses celebrais a cada instante e garantiremos assim uma geração cada vez mais superior.
Portanto prezados irmãos contemplo que “Os deveres do homem para com a humanidade” são em sua essência, a preservação da espécie através da luta pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade afim de conquistarmos a Liberdade, Igualdade e a Fraternidade.

Referências bibliográficas


Bíblia: Tradução Almeida corrigida fiel, ACF
Ritual do 1º grau – Aprendiz maçom – REAA/2009
Tao Te Ching – Lao Tzu – Tradução e comentários Laercio B. Fonseca
QUINTANILHA, Leandro. Mundo estranho, saúde. “Como a ciência acredita que será a evolução do nosso corpo no futuro” disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-a-ciencia-acredita-que-sera-a-evolucao-do-nosso-corpo-no-futuro/ Acesso em 07 de julho de 2019

FREITAS, Eduardo de. "Thomas Malthus"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/thomas-malthus.htm. Acesso em 07 de julho de 2019.https://brasilescola.uol.com.br/geografia/faltara-alimento-no-mundo.htm

HAMANN, Renan. Tecnologias promissoras: comida artificial, Disponivel em: https://www.tecmundo.com.br/futuro/10796-tecnologias-promissoras-comida-artificial.htm Acesso em 07 de julho de 2019

https://super.abril.com.br/ciencia/o-que-e-a-consciencia-humana/

https:super.abril.com.br/ciência/cérebro-faca-sua-cabeça/

https://www.infoescola.com.br/evolucao/seleção-natural/

https://m.suapesquisa.com/geografia/planeta_terra.htm

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