sábado, 1 de outubro de 2016

Interpretação do brasão da ARLS Pier Campadello


Por Márcio Pugliese - M∴M∴

O Pégaso representa um querubim que com seu pendor à rapidez e beleza mostra a necessidade do fundamento que é dado na outra ponta do bastão pela fraternidade permanente e pela humildade decorrente de se saber - sempre - um aprendiz.

O caduceu é de Hermes Trismegisto. As serpentes entrelaçadas lembram que a sabedoria e a perspicácia devem caminhar juntamente com a prudência e que o deus Hermes, o condutor das almas, também é conhecido como o deus dos limites sob o nome de Terminus e mediante os marcos das estradas o condutor certo para o destino do caminhante.

As cornucópias trazem a beleza e a abundância, indicando que o brasão simboliza  a árvore da vida com seus sefirot. Sefirot, também grafado sephiroth, cujo singular é sephira ou sefira, são as dez emanações de Ain Soph na cabala. Segundo a cabala, Ain Soph é um princípio que permanece não manifestado e é incompreensível à inteligência humana. Deste princípio emanam os Sefirot em sucessão. Esta sucessão de emanações forma a árvore da vida.

Genesis 3:22-24
Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, o Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.
e depois:

Livro das Revelações ou Apocalipse 2:7
Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor darei de comer (do fruto) da árvore da vida, que se acha no paraíso de Deus.
Os símbolos entre as cornucópias são também sefirot e lembram a incessante corrente que nos eleva de Malkuth a Kether. Malkuth é a última sefira da árvore da vida cabalística. Ela representa o reino material. Mas malkuth não é só matéria, ela é também é um aspecto psíquico e sutil. Na árvore, ela está localizada no pilar central, conhecido também como pilar do equilíbrio. Kether "Coroa", podendo variar como Keter, é a primeira sefira da Árvore da Vida em Cabala, parte da espiritualidade do Judaísmo Rabínico e esoterismo. Kether se situa na posição central superior da árvore. É a coroa. É o potencial puro das manifestações que acontecem nas outras dimensões. Representa a própria essência, atemporal e livre. É a gênese de todas as emanações canalizadas pelas outras sefirot. É a Luz Superior Imanifesta geradora de todo o movimento da criação. Pode-se considerar como o momento zero, a criação em potencial, mas não expandida.

A sequência das sefirot na Árvore se dá pelo movimento do Relâmpago Brilhante, que o caduceu central do brasão simula.

As nuvens também são cornucópias de onde devem sair todas as bençãos e bens, além da habilidade para sua fruição simbolizada pelas duas mãos que se tocam maçonicamente, lembrando que sempre se será um aprendiz.

A Árvore da Vida



Simbolizando, também, a escada de trinta e três degraus de Jacob, pela permanente trina repetição desses processos para o aperfeiçoamento do homem ao longo de suas três/ quatro idades: infância/juventude, maturidade e velhice.

O texto abaixo foi publicado na Wikipédia sob nossa orientação:

Sendo as sephirah do pilar da severidade muito femininos e as sephirah do pilar da misericórdia muito masculinos, não existiria estabilidade no universo sem o pilar central, que age como o mediador entre eles.

Dessa forma, a junção entre Geburah e Chesed gerou Tiphareth. E a junção entre Hod e Netzach gerou Yesod. Logo, Binah é o oposto de Chokmah, assim como Geburah é o oposto de Chesed, e Hod, o oposto de Netzach.

Em verdade, cada linha horizontal da Árvore é emanada pela linha horizontal que lhe é superior, e emana a linha horizontal que lhe é inferior.

Logo, Kether emana tudo, mas não recebeu emanação de nada, e Malkuth não emana nada, mas recebeu emanação de tudo, sendo essas emanações sempre de cima para baixo.

Cada sephirah tem suas correspondências astrológicas, com deuses pagãos, com pedras, plantas e etc. Por exemplo, Geburah é a sephirah da severidade, da justiça, logo, tem correspondência com Marte, planeta relacionado pela a astrologia com a guerra. Suas divindades correspondentes são todos os deuses pagãos relacionados a justiça e a guerra.

Já Netzach é da esfera de Vênus, por sua natureza emocional.

Esse sistema se tornou muito conhecido por ser utilizado dentro da Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn, G.D., G.:.D.:.) e pela Astrum Argentum (A.:.A.:.).

Malkuth é o primeiro grau, o adepto dessa sephirah é conhecido como Neófito ou Probacionista. Depois que ele cruzar o caminho que leva de Malkuth a Yesod, o iniciado passará para o grau de Zelator, 2º=9º, e assim sucessivamente. Os graus são Neófito (1º=10º), Zelator (2º=9º), Practicus (3º=8º), Philosophus (4º=7), Adeptus Minor (5º=6º), Adeptus Major (6º=5º), Adeptus Exemptus (7º=4º), Magister Templi (8º=3º), Magus (9º=2º) e Ipíssimus (10º=1º). Esse é o sistema da A.:.A.:., que é baseado na Árvore da Vida Cabalística. O Sistema da G.:.D.:. é semelhante a esse.

Voltando ao brasão.

O eixo central é o báculo do Adepto e representa o suporte indispensável que cada Ir deve ser para o outro, sem o apoio fraterno o andar se torna claudicante e o caminho mais difícil.

Assim, em breve resumo, alguns dos muitos significados ocultos no brasão.

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